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Um olhar especial as dificuldades de atenção!



Independente dos motivos da vinda de alguém, o meu trabalho sempre começa por uma escuta e presença centrada no paciente, levando em conta suas queixas, incômodos, dores, sua sintomatologia...sua história nas dificuldades apresentadas e no campo que inclui outras experiências significativas.


Como acontece o processo de atendimento? A ideia é realizar, junto com o paciente, um processo de compreensão do que está acontecendo com ele e ver o que é possível fazer com isso para que se reestabeleça o bem estar de quem acompanho.

O que pode ajudar a iniciar as importantes compreensões?

Eu costumo dizer aos jovens e também para muitos adultos que não sabem como começar: pode ir trazendo tudo, jogando aqui entre nós. Tudo o que lhe vier. Faça de conta que cada assunto ou problema é uma peça de um quebra-cabeça. Assim, podemos olhar para as figuras que precisam de mais atenção e, quem sabe, fazer uma remontagem. Pois ao rever e melhorar as peças que não estão bem, o todo vai se redesenhando.


Como realizo o diagnóstico? Um bom diagnóstico é muito importante, mas dentro do processo de andamento de vida do paciente. Nunca isolado e realizado somente por critérios diagnósticos psiquiátricos de referência. No caso dos desequilíbrios de atenção é muito relevante pesquisar, diferenciar e entender se o caso é de TDAH ou não. Nem tudo é transtorno de déficit de atenção e a minha prática me mostra que, mesmo que tenhamos os critérios, cada tratamento é único. É necessário sempre levar em conta todo o campo do paciente: seu histórico, subjetividades, características, contexto ...


TDHA ou não?

Vamos olhar para o conjunto de características que levam a investigação? As seguintes são as principais: Inquietação significativa, dificuldade de atenção concentrada, prejuízo nas tarefas e atividades, dificuldade de memória, sensibilidade aflorada, impulsividade.


Na compreensão da Gestalt-terapia podemos entender a partir da analogia do quebra-cabeças que citei acima. Seria como uma desorganização do fluxo das peças e do fundo de um quebra-cabeças pessoal. Como uma atenção tão flutuante que não consegue se deter nas peças que precisa e, esta forma, o desenho não consegue se atualizar. Fica prejudicado. Eu gosto de explicar que as peças/figuras parecem ficar sem atenção por estarem sem força para se fixar e que os motivos podem ser muitos. E as vezes a intensidade deste fenômeno pode ser tanta que pode ser necessário o auxilio de algum medicamentoso para dar o start. Mas este medicamento precisa ser muito bem escolhido, dependendo dos motivos. Nem sempre será um psicoestimulante. Este é indicado para um tipo de situação.


O que fazer? Investigar os motivos, entender como acontece, em que fenômenos da vida e alimentado pelo que... quando o caso tem necessidade de medicação eu trabalho com quem confio.


De que forma podemos fazer isso? A forma de trabalhar vai depender do que vamos entendendo do processo individual, mas algumas ações podem ser bem similares para qualquer tratamento de dificuldade de atenção.


Algo importante pode ser revisar os introjetos associados a rótulos, incapacidades, dificuldades...especialmente quanto a "fracassos". Procurando voltar para as peças de potência e capacidade, mesmo dentro das dificuldades.

Olhar para como cada um construiu suas formas de aprendizado e assimilação no mundo. Como foi se estruturando e como acontece hoje, voltando-se para possíveis pequenas atualizações positivas.

Observar se há formas de contato eficientes, especialmente com as peças/ figuras do quebra cabeça pessoal. Isto pode estar sendo realizado de forma muito superficial. É necessário buscar aprofunda-las.


No caso dos adolescentes

Pode ser muito indicado técnicas corporais que ampliem e aprofundem o contato com o “ser no mundo”, um corpo que habito no espaço do hoje... com seus sentimentos aflorados, determinados bloqueio etc...

Pode ser legal usar músicas, textos, exercícios de reestruturação de rotinas etc... tudo bem definido conforme as particularidades.


Bem, é isso. Eu teria bem mais a dizer, mas deixo para duvidas particulares. Espero ter ajudado.


Claudia Guglieri / Psicologa especialista em Gestalt-terapia e adolescência




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