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Que incômodo é esse? Clareando sensações desagradáveis!



Senti que algo não está legal, mas não sabe o que está incomodando? Tem uma sensação desagradável que não consegue nomear? Me acompanhe!


Estes desconfortos que não conseguimos nomear normalmente são muito mais angustiantes que os que identificamos. Eles podem gerar muita ansiedade! Pois seria como andarmos no escuro sem reconhecer o que está ali.


Outro dia ouvi uma história muito boa sobre isso e pensei em usar este exemplo para conversar mos. Foi sobre uma mãe que, desde muito cedo, ajudava sua filha a identificar seus próprios incômodos. Como ela fazia?


Quando a mãe percebia que a filha estava incomodada ela simplesmente perguntava: está incomodada? Conta para mim que incomodo é esse? Se a menina definisse o incômodo ela estimulava para que a menina pensasse em possibilidades para lidar com ele. Porém, se a menina não soubesse o que era, a mãe a ajudava a tentar identificar, para que reconhecesse o que não estava bem.


Achei muito interessante que a sábia mãe não tentava adivinhar chutando possibilidades, ela estimulava a filha a entrar em contato com suas figuras desconhecidas a partir de perguntas não diretas, e orientações. A ajudava a parar um pouquinho para se perceber.


Então a menina ia contando tudo que percebia que incomodava, seja o que for, e elas iam juntas conversando sobre o que aparecia. Depois a mãe a ajudava a decidir o que faria com o que estava aparecendo. Esta foi umas das lições que fizeram a jovem adulta de hoje a desenvolver uma grande habilidade para lidar com seus incômodos pessoais.


Eu gostei tanto disso que resolvi ampliar esta forma de ajuda da mãe da história, e tenho desenvolvido algumas técnicas gestálticas para ajudar as pessoas a clarearem as suas angústias ou desconfortos sem nome.


Em Gestalt-terapia quando não sabemos o que está ruim, o entendimento é de que a figura de necessidade não está clara. Isso por muitos motivos, do mais simples ao mais profundo: uma pessoa pode ter sede e não identificar bem e estar incomodada ou ter algum medo por algo vivido de forma difícil na infância e se interromper, no que gostaria ou precisa realizar.


Então pode ser importante estimular o paciente a “deixar vir”, ajudá-lo a ampliar o contato consigo mesmo para que os incômodos possam aparecer. Quando os incômodos estão claros eles podem ficar menos assustadores, porque o visível pode até ser ruim, mas normalmente é menos assustador.


Claro que em terapia tudo é muito pessoal, cada caso é um caso. Mas tenho visto muitos incômodos sendo nomeados e podendo ser trabalhados.


E se a pessoa não estiver pronta para lidar com o que está escondido, cabe ao terapeuta identificar suas resistências e respeitá-las. Nestes casos, pode-se trabalhar de forma que a pessoa vá primeiro reforçando suas potências e suas capacidade para deixar vir quando puder vir.


Bem é isso por enquanto, espero ter te ajudado a perceber algumas possibilidade. Fica o convite para que você possa se encorajar a olhar para os seus incômodos, se for o seu caso.




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